segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Chegar na india







Chegar na Índia não é fácil. Parece que só vem quem quer muito. Já no Brasil começam as provações com todos, ninguém escapa.Uma pessoa do grupo do Gil teve uma crise existencial um dia antes da partida e resolveu não ir. Na última hora ( última hora mesmo) repensou e mudou de idéia. Chegou atrasada ao aeroporto, mas deu tempo. Chegou aqui e se encontrou. Tá se sentindo em casa, disse que o coração dela mora aqui. Outra pegou uma nevasca na Europa e perdeu o vôo para Dehli, onde nos encontraria. Teve que vir no dia seguinte, sozinha, sem nunca antes ter pisado em solo indiano. Sinceramente até agora não sei como ela se virou na caótica estação de trem de Haridwar, mas conseguiu e (após 40 horas de viagem) chegou. A gente também teve as nossas provações em São Paulo: questões de saúde, financeiras, o visto que ficou pronto na véspera...mas tudo foi se ajeitando conforme nos firmávamos no propósito. Para chegar aqui foram 15h de vôo até Dubai, 7h de espera no aeroporto de Dubai,4h de vôo até Dheli, pernoite em Dehli,5h de trem até Haridwar e umas 2h de carro até nosso ashram em Rishikesh. 2 malas, 2 mochilas e 2 meninos a tiracolo.
As primeiras 15h foram puuunks. Benja chorou muuito, tava com dor de barriga, com aquele peito dele que sempre ataca em situações de estresse, um ar condicionado gelado pra caramba. Se dormi meia hora foi muito. Saímos do vôo desbagaçados.O chá de aeroporto, que imaginei ser o pesadelo da história, foi bem tranqüilo. Os meninos capotaram, a gente conheceu Marcelo, um arquiteto muito gente boa e ficamos batendo papo horas a fio tomando chocolate quente. Ele estava indo para o sul receber a Diksha, uma bênção que após receber o ensinamento e a iniciação a pessoa pode aplicar em outras. Parece ser tipo Reiki,algo bem interessante. Depois uma amiga do grupo nos disse que esse Marcelo faz um programa na TV com o Luciano Hulk. Algo relacionado à construção de casas populares...I don´t know...
O outro vôo foi sussa, o hotel em Dehli tinha uma cama maravilhosa, os meninos estavam exaustos e todos dormimos o sono dos justos. O chato foi que às 23h os pimpolhos acordaram e não dormiram mais até as 4h da manhã, nossa hora de levantar. Pegamos aqueles trenzinhos mequetrefes daqui da Índia que eu adoro. Amaria fazer uma viagem nele sem bebês. Tem ventiladores de ferro no teto, servem umas comidas indianas duvidosas e uma água morna para o chá do tipo bebeu-morreu. Os banheiros são um caso totalmente a parte. Não fotografei pq era muita coisa pra administrar: cabine balançando, xixi descendo, cuidado pra não encostar em nada,filhos esperando... mas na volta vou fazer uma visita ao banheiro só para registro. Só que na foto não sai o cheiro, quesito bem relevante na composição do ambiente. Dá-lhe apnéia! Os banheiros daqui me surpreendem a cada dia.
Chegar em Rishikesh me trouxe paz no coração. Pessoas simples, comida simples, um verde rio correndo a cidade. Macacos,cachorros, vacas e homens coexistindo em uma harmonia barulhenta, suja, totalmente atípica. O que me faz perceber que o que está fora de nós não é quase nada mesmo. Que saudades eu estava desse lugar. A terra em que Benjamim foi concebido e que nos trouxe mais um tanto de boas experiências.
Plena gratidão. 7.2.2010

3 comentários:

Ale Milani disse...

Foi ÓTIMO ver as fotos e ler o posto... tenho uma imaginaçao muito fértil para estórias, e ela, nesses momentos ficam voando por todos os lados, parece (se me concentrar) que posso ver determinadas situações...(quase pude sentir o cheiro do banheiro!) hahahahahahahah
Bjs carinhosos aos 4 na trilha

Fernanda Mouco disse...

Que loucura linda!
Beijos e saudades dos quatro...

Jéssica Collares disse...

Oi família querida... amo as estórias... aliás q estórias reais e engraçadas... Maíra vc está se revelando uma escritora e tanto... sempre fico emocionada com os fatos e com seu jeito de contar as coisas... sinto saudades... fdesejo muita Luz na caminhada de vcs... Com amor, um bj no coração de vcs...