Depois de um dia inteiro de muito caminhar pelas ladeiras e escadinhas de Lisboa, já perto de casa o Miguel me pediu colo. Como está difícil conciliar Miguel no colo com barriga crescendo coloquei-o no ombro, de cavalinho. Não deu 5 minutos veio uma senhora na outra direção e começou a dizer:"Mas que coisa, um menino tão grande! Coitadinha da mamãe, venha para o chão menino, sua mãe não pode te carregar assim,você já sabe andar....” Ela tentou, pediu, chamou, quis pegá-lo no colo, mas ele estava realmente cansado e decidido a lá ficar. Seguimos nossa caminhada à nossa maneira.
3 dias mais tarde...
Nós dois de novo após outro dia caminhante. Eu levava uma mala pesada, com o computador e íamos de mãos dadas subindo escadarias do metrô. Começo a escutar o resmungue de uma velha. Quando se aproxima solta essa: “Coitadinho! Tão pequenino subindo sozinho...pôe o menino nas costas,uma escada tão grande!”
As vezes alguns portugueses conseguem despertar em mim uma Maíra que há muito tempo eu não via. Aquela que tem vontade de atirar velhinhas pentelhas no trilho do metrô e dar risada ao ver o trem passar por cima. Perigoso...
Miguel de mochilinha!!! Ah, é demais!!! Que fofo!
Quero saber se a "D. Maria" disse: "Coitadinho desse menino, carregando a mochila e a mãe nem ajuda..."
No dia seguinte falo para o Gil as palavras da minha mãe e digo a ele: "agora é só aguardar". Três segundos depois entra no elevador uma senhora de óculos sujos e mal hálito: “Ai coitadinho! Carregando mochila! Tão pesada para o menino tão pequenino!” Tive um ataque de riso no elevador. Ela olhava pra mim e sorria como se eu tivesse achado muita graça no seu original comentário.
Eu já sei bem o que Portugal quer me ensinar: a virtude da paciência, dom que não é o meu e está sendo trabalhado a muito custo, no formato “intensivão”. Ok, que venha a próxima lição.
2 comentários:
Má, rachei o bico com sua vontade de jogar velhinhas pentelhas na frente do trem... eita saudade
oi meus queridos!!!!
cada uma que acontece!!!
sempre vejo o blog aqui pra matar a saudade e acompanhar a gravidez d´ocês.
Saudades dimas... nem falem...
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