terça-feira, 6 de maio de 2008

textos da Índia

Novidades

Mudamos de casa! Saímos do hotel barulhento que tinha uma linda vista para o Ganges e viemos para uma gest house mais afastada, com vista razoável, mas bem silenciosa e tranqüila. O quarto é mil vezes melhor: muito amplo, com uma mini cozinha , um banheiro lindo (com privada ocidental!) e enorme. Temos também uma varanda privèe. Um luxo. Miguel adorou o novo espaço. Hoje, quando acordou, saiu sozinho da cama e ficou brincando no chão. Ele está cada vez mais independente em vários aspectos, é muito legal perceber isso. Já dorme sozinho, da tchau para a gente quando está no colo de outras pessoas mais interessantes, come sozinho e se comunica com todo mundo tranquilamente sem a nossa ajuda, em híndi, inglês, português ou com gestos.

Limpeza
Considero o tópico “limpeza” uma questão a parte. Desde que chegamos aqui nunca encontrei um banheiro limpo. Nosso primeiro hotel tinha até camisinha usada na janela. Os vasos estão sempre encardidos, muito encardidos e na parede há algo que até agora não pude entender o que é. Ela é toda revestida por uma espécie de sebo. Imagino que seja uma mistura de sujeira, sabão e respingos de água. Aquilo vai acumulando, se alastrando até se tornar o revestimento dos azulejos. Eles até mudam sua cor original. Sendo assim toda as hospedagens em que paramos eu incorporei a tradição brasileira da melhor faxina do mundo. Aqui no novo quarto não foi diferente, mas dessa vez dei uma caprichada extra pois ficaremos 3 semanas. Quando entrei naquele banheiro azul e branco de boa aparência mal sabia eu o que me esperava. Comecei a faxina as 21:30h e só saí de lá meia noite quando o Gil já tinha desencanado de tomar banho e dormia sobre o cobertor. Precisei “deixar o chão de molho” duas vezes porque a crosta estava realmente incrustada! Esfreguei os azuleijos da parede com desinfetante e a privada ficou de molho de um dia para o outro. Tenho certeza de que hoje a nossa casa tem o banheiro mais limpo de toda a Índia. Pensei até em montar a caminha do Miguel lá.
O Gil acha que isso já é um TOC ou algo do gênero. Deve ser. Mas depois de ver o Miguel sentado pelado, no chão do banheiro do primeiro hotel (o mais tresh), bebendo água da torneira na jarrinha mais imunda, putz, eu conclui: ou eu esterilizo esses banheiros mais íntimos dele ou nosso filho vai ter sérios problemas fisiológicos ao longo dessa aventura.
Quanto à água, passadas as primeiras diarréias comecei a entender que a gente realmente precisa escovar os dentes com água filtrada. Acho que as mucosas captam as bactérias.Usamos aqui o filtro portátil da Purific agora também para isso e está sendo ótimo. Além de não precisarmos comprar água, temos certeza de tomar água limpa pois até algumas minerais daqui são duvidosas.Recomendo esse filtro para todos que forem viajar para a Índia ou lugares de águas suspeitas. Depois dessa medida não tive mais diarréia .Informações sobre o filtro: celiampacheco@yahoo.com.br
A comida também não é muito limpa não. Mas como isso eu não tenho como limpar, já desencanei. Recebo os pratos com gratidão, faço o om ou um símbolo do reiki e mando ver. Toda cozinha que vi (de relance) retratou algo totalmente bizarro. Não dá pra olhar. Se olhar você não come, portanto a dica é: não olhe, reze e coma com prazer.

Dia
Hoje nosso dia foi especialmente lindo. Miguel acordou cedo, ficou brincando no quarto com seus brinquedos indianos e deu pra ficar mais tempo na cama. Tomamos um café da manhã delicioso perto de casa. À tarde Miguel dormiu por 3 horas e pudemos ler e trabalhar. O almoço foi ótimo e o restaurante tinha vista para o rio. A luz estava linda e fomos a uma praia do Ganges construir castelo de areia. Passei o dia com a gratidão me permeando e pensando em como é bom precisar de pouco para ser feliz.

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